IDR-Paraná e Simepar alertam para risco de geadas em todo o estado do Paraná. 26/07/2021 - 15:08

Saiba como o agricultor pode se proteger para evitar maiores danos.

O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) e o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) alertam que há previsão da chegada de uma forte massa de ar polar no Paraná e que deve provocar frio intenso em todo o Estado, no período de 27 de julho a 01 de agosto. Estão previstas geadas na madrugada de quarta (28), quinta (29) e sexta-feira (30).

As temperaturas baixas, previstas, poderão causar impactos negativos em culturas como hortaliças, tomate, milho, café, pastagem, frutíferas tropicais, entre outras. Porém alguns cuidados podem ser tomados pelos agricultores para que o prejuízo seja o menor possível. 

Café
A recomendação para os plantios novos de café, com até seis meses de campo, é enterrar as mudas. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica ou aquecimento, com a opção de adotar as duas práticas simultaneamente. Nos dois casos — lavouras novas e viveiros — a proteção deve ser retirada logo que a massa de ar frio se afastar e cessar o risco imediato de geada. 

Nas lavouras com idade entre seis meses e dois anos, a recomendação aos produtores é amontoar terra no tronco das plantas até o primeiro par de folhas. Essa proteção deve ser mantida até meados setembro, e depois retirada com as mãos.

Milho
Já na cultura de Milho, de acordo com o Coordenador de Grãos do IDR-Paraná, Edivan Possamai, não há muito o que se fazer para proteger e o prejuízo pode ser grande visto que é uma cultura de verão. A dica é que o agricultor mantenha sempre sua lavoura assegurada e que verifique o zoneamento de risco climático, para que o plantio seja realizado na época certa e, assim, não corra o risco de perder o seguro.

Gado 
A produção de leite pode ser altamente prejudicada já que o pasto - alimento para as vacas leiteiras - pode acabar.
Além disso o produtor precisa dar uma atenção especial ao animal, visto que a temperatura ideal para as vacas leiteiras varia entre 5 e 25 graus.

De acordo com Stela Silva Desto, médica veterinária do IDR-Paraná, uma boa opção é suplementar a alimentação com volumosos como o feno, mas especialmente fornecer uma quantidade maior de concentrado, que pode auxiliar os animais a compensar o gasto calórico e  manter a temperatura corporal. É necessário cuidado redobrado com as bezerras recém-nascidas que não conseguem ainda fazer a termorregulação e precisam ficar em ambientes cobertos, sem vento, com feno forrando o piso e, se possível, uma fonte de calor para se aquecerem. Existe a opção de "roupinhas" feitas em casa que também podem ser utilizadas pra manter as bezerrinhas aquecidas. As vacas que estão com previsão de parto para essa semana precisam ser trazidas para um local coberto ou, no mínimo, em um piquete maternidade com feno, monitorado durante a noite para que a bezerrinha seja rapidamente seca e aquecida logo após o nascimento.

Para a pecuária de corte um dos principais problemas está na falta de pasto para alimentar os animais. A coordenadora de Pecuária de Corte do IDR-Paraná, Kátia Gobbi, informa que na região Norte e Noroeste, por exemplo, os pastos já acabaram por causa das secas e, também, das geadas. A opção para evitar estes problemas seria a suplementação com volumosos conservados (silagem, feno) e concentrada (milho, farelo de soja, etc). Mas aí o produtor precisa se organizar com antecedência e é fundamental calcular a viabilidade econômica do sistema produtivo, já que são ações com maior custo em relação ao pasto. Nas regiões mais frias do estado tem a opção, também, das gramíneas de inverno que são mais tolerantes ao frio. 

Frutas
Para o Coordenador de Fruticultura do IDR-Paraná, Eduardo Augustinho, nas plantações de frutas os cuidados podem ser: Evitar o uso de produtos reguladores de crescimento para quebra de dormência; fazer o uso de fumaça para aquecimento; irrigação e manter as áreas limpas

Olericultura
Umas das culturas mais sensíveis as geadas as folhagens precisam de muita proteção nestes dias mais frios. De acordo com Paulo Hidalgo, coordenador estadual de Olericultura do IDR-Paraná algumas ações podem ajudar: Cultivo Protegido, que consiste em fechar o entorno das estufas; suspender a irrigação alguns dias antes, para evitar a formação de gelos nas folhas; aquecer as estufas usando o carvão e monitorar este aquecimento durante toda a noite e madrugada. 

Em campo aberto a proteção é um pouco mais complicada, mas alguns cuidados podem ajudar. Como cobrir os canteiros de folhagem com TNT e fazer o aquecimento com fumaça. Outra prática que pode contribuir para proteção de olericultura em campo aberto é a pulverização folear com sal, sistema que, se aplicado, com antecedência pode diminuir o ponto de congelamento das folhas. 

Serviço
O Alerta Geada é um serviço que opera de maio a setembro com o objetivo de auxiliar os produtores a adotarem técnicas para proteção de cafezais. 

Durante o período de operação do sistema, os pesquisadores acompanham as condições meteorológicas na região cafeeira do Estado e publicam diariamente um boletim informativo.

Além do informe diário, se houver aproximação de massas de ar frio com potencial de causar danos às lavouras de café é emitido, e amplamente divulgado, um alerta com 48 horas de antecedência. 

Avisos
O boletim diário e os alertas de geada podem ser obtidos no aplicativo IAPAR Clima, disponível gratuitamente na App Store e no Google Play. 

Também é possível receber os avisos pelo WhatsApp. Basta salvar nos contatos o número (43) 3376-2248 e enviar a mensagem "quero receber o Alerta Geada".

Há ainda informações sobre o serviço Alerta Geada e proteção de cafeeiros nas páginas do IDR-Paraná e do Simepar na internet ou pelo disque-geada (43) 3391-4500.

Reportagem: Francieli Galo