Evento discute criação de abelhas para geração de renda e proteção do ambiente 08/04/2024 - 14:10

Cerca de 60 técnicos e produtores participaram na manhã desta segunda-feira (8) de uma reunião técnica sobre a produção de abelhas na ExpoLondrina. Organizado pelo IDR-Paraná, é o primeiro evento que trata do tema na feira. 

“Além de oferecer uma opção de renda para a agricultura familiar, a presença de abelhas é um indicador de sustentabilidade da propriedade. Este é um marco, este evento com certeza passará a integrar o calendário da ExpoLondrina”, destacou Vania Moda Cirino, diretora-presidente em exercício do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater).

O encontro teve como objetivo discutir questões técnicas, ambientais e mercadológicas envolvidas na cadeia produtiva da meliponicultora — espécies nativas, sem ferrão — e da apicultura (abelhas africanizadas). “É possível conciliar a atividade com a produção agrícola em geral”, afirma o extensionista Renan Ribeiro Barzan, gerente regional de Londrina e coordenador do evento. Própolis, geleia real e mel são os produtos da atividade.

O pesquisador Décio Gazzoni, da Embrapa Soja, apontou que produtores de soja podem se beneficiar das abelhas com incremento de até 13% na produtividade. “E o mel de soja é claro, leve e não cristaliza mesmo em baixas temperaturas”, explicou.

Mas ele aponta que esse não é o maior benefício das abelhas. “Em escala global, o mais importante produto das abelhas não é o mel, o pólen e o própolis, mas o serviço ecossistêmico de polinização”, ele afirmou.

De acordo com o pesquisador, a convivência entre criadores de abelhas e a produtores de grãos é possível com diálogo e comunicação; adoção de boas práticas agronômicas pelo apicultor e pelo agricultor, especialmente o manejo integrado de pragas e doenças, evitando fazer aplicações durante o período de florescimento das lavouras.  

NATIVAS — Marlon Tiago Hladczuk, extensionista do IDR-Paraná que orienta criadores em Prudentópolis, explicou que há mais 300 espécies nativas no Brasil.

“É uma opção de fonte de renda extra para o produtor rural e também para produtor de área urbana, com a venda de enxames e polinização para culturas protegidas como tomate, morango e olericultura”, ele explicou.

No Paraná, há mais de 30 espécies sem ferrão, como jataí, mandaçaia e tubuna. “A atividade não tem concorrência no mundo. Temos algo único, de valor agregado e que não tem competidores”, afirmou Hladczuk.

Presente no encontro, o produtor de Londrina, Miguel Gomes Celestino, tem 150 colmeias de oito espécies de abelha e vive exclusivamente da apicultura, fazendo parceria com produtores de soja e laranja “Dá para viver da atividade tranquilamente, você não precisa ter terra na apicultura”, disse.

“É uma atividade interessante porque envolve a família. Meu pai, minha mãe, minha irmã, todos ajudam, toda a família está participando”, diz Alexandre Santos de Souza, de Cambé. Ele maneja duas mil colmeias e cerca de 18 espécies, e tem parceria com 32 propriedades agrícolas.

PRODUÇÃO — De acordo com o IBGE, o Paraná é o segundo maior produtor de mel no Brasil, contribuindo com 14,2% da produção total do país. Em 2022, a produção nacional foi de 60.966 toneladas, representando um aumento de 9,5% em relação a 2021.

Com base nos dados do IBGE, o Paraná produziu um total de 8.638 toneladas de mel em 2022, um aumento de 2,6% frente à safra de 2021, quando a produção foi de 8.418 toneladas. Esse desempenho manteve o Estado na segunda posição do ranking nacional. O Rio Grande do Sul liderou, com 9.014 toneladas.

REALIZAÇÃO — Para realização do primeiro Encontro Regional de Meliponicultura e Apicultura, o IDR-Paraná contou com a parceria da Organização Não-Governamental de Desenvolvimento e Ambiente (Onda) e o apoio da Secretaria Estadual de Agricultura (Seab), Sebrae, Embrapa e Sociedade Rural do Paraná.

Criação de abelhas gera renda e protege o ambiente

Cerca de 60 técnicos e produtores participaram na manhã desta segunda-feira (8) de uma reunião técnica sobre a produção de abelhas na ExpoLondrina. Organizado pelo IDR-Paraná, é o primeiro evento que trata do tema na feira. 

“Além de oferecer uma opção de renda para a agricultura familiar, a presença de abelhas é um indicador de sustentabilidade da propriedade. Este é um marco, este evento com certeza passará a integrar o calendário da ExpoLondrina”, destacou Vania Moda Cirino, diretora-presidente em exercício do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater).

O encontro teve como objetivo discutir questões técnicas, ambientais e mercadológicas envolvidas na cadeia produtiva da meliponicultora — espécies nativas, sem ferrão — e da apicultura (abelhas africanizadas). “É possível conciliar a atividade com a produção agrícola em geral”, afirma o extensionista Renan Ribeiro Barzan, gerente regional de Londrina e coordenador do evento. Própolis, geleia real e mel são os produtos da atividade.

O pesquisador Décio Gazzoni, da Embrapa Soja, apontou que produtores de soja podem se beneficiar das abelhas com incremento de até 13% na produtividade. “E o mel de soja é claro, leve e não cristaliza mesmo em baixas temperaturas”, explicou.

Mas ele aponta que esse não é o maior benefício das abelhas. “Em escala global, o mais importante produto das abelhas não é o mel, o pólen e o própolis, mas o serviço ecossistêmico de polinização”, ele afirmou.

De acordo com o pesquisador, a convivência entre criadores de abelhas e a produtores de grãos é possível com diálogo e comunicação; adoção de boas práticas agronômicas pelo apicultor e pelo agricultor, especialmente o manejo integrado de pragas e doenças, evitando fazer aplicações durante o período de florescimento das lavouras.  

NATIVAS — Marlon Tiago Hladczuk, extensionista do IDR-Paraná que orienta criadores em Prudentópolis, explicou que há mais 300 espécies nativas no Brasil.

“É uma opção de fonte de renda extra para o produtor rural e também para produtor de área urbana, com a venda de enxames e polinização para culturas protegidas como tomate, morango e olericultura”, ele explicou.

No Paraná, há mais de 30 espécies sem ferrão, como jataí, mandaçaia e tubuna. “A atividade não tem concorrência no mundo. Temos algo único, de valor agregado e que não tem competidores”, afirmou Hladczuk.

Presente no encontro, o produtor de Londrina, Miguel Gomes Celestino, tem 150 colmeias de oito espécies de abelha e vive exclusivamente da apicultura, fazendo parceria com produtores de soja e laranja “Dá para viver da atividade tranquilamente, você não precisa ter terra na apicultura”, disse.

“É uma atividade interessante porque envolve a família. Meu pai, minha mãe, minha irmã, todos ajudam, toda a família está participando”, diz Alexandre Santos de Souza, de Cambé. Ele maneja duas mil colmeias e cerca de 18 espécies, e tem parceria com 32 propriedades agrícolas.

PRODUÇÃO — De acordo com o IBGE, o Paraná é o segundo maior produtor de mel no Brasil, contribuindo com 14,2% da produção total do país. Em 2022, a produção nacional foi de 60.966 toneladas, representando um aumento de 9,5% em relação a 2021.

Com base nos dados do IBGE, o Paraná produziu um total de 8.638 toneladas de mel em 2022, um aumento de 2,6% frente à safra de 2021, quando a produção foi de 8.418 toneladas. Esse desempenho manteve o Estado na segunda posição do ranking nacional. O Rio Grande do Sul liderou, com 9.014 toneladas.

REALIZAÇÃO — Para realização do primeiro Encontro Regional de Meliponicultura e Apicultura, o IDR-Paraná contou com a parceria da Organização Não-Governamental de Desenvolvimento e Ambiente (Onda) e o apoio da Secretaria Estadual de Agricultura (Seab), Sebrae, Embrapa e Sociedade Rural do Paraná.