IDR- Paraná incentiva a implantação da Fossa Séptica Biodigestora 04/08/2021 - 12:49

A falta de saneamento básico, principalmente a ausência de tratamento do esgoto sanitário doméstico, é um fator que agrava as condições sanitárias da população em todo o país.  A ocorrência de diversas doenças é aumentada pelas condições precárias de saneamento, tanto em áreas urbanas quanto rurais.  

Segundo o UNICEF (Fundo das Nações Unidas Para a Infância), cerca de 90% das mortes causadas por diarréia no mundo são atribuídas às más condições sanitárias. Isso ocorre pela contaminação das águas superficiais e subterrâneas. Uma alternativa para mitigar o problema é a implantação da fossa séptica biodigestora, um sistema comprovadamente eficiente para o tratamento do esgoto doméstico. Em Iretama os extensionistas do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater) estão levando a tecnologia a produtores interessados em implantar sistemas domésticos de saneamento em suas propriedades.

A tecnologia das fossas sépticas biodigestoras não é novidade. Ela surgiu em 2001 quando o pesquisador Antonio Pereira de Novaes, da Embrapa Instrumentação Agropecuária de São Carlos-SP, desenvolveu um sistema de saneamento baseando-se na experiência de países como China e Índia. Trata-se de uma tecnologia de tratamento de dejetos humanos, cujo intuito é substituir o esgoto a céu aberto e as atuais fossas utilizadas em propriedades rurais. Entre os benefícios da fossa sanitária biodigestora está a reciclagem dos dejetos e sua vedação, o que impede a proliferação de vetores de doenças.

Reciclagem
A fossa séptica, muito usada em todo o país, apesar de evitar a contaminação das águas, não promove a reciclagem dos dejetos humanos. Já o esgoto que passa pela fossa séptica biodigestora, resulta em um efluente inodoro com alta carga de nutrientes e que pode ser utilizado para adubar plantas localizadas próximas às residências.

Em Iretama, na comunidade do Marilu, o produtor Ademir Antônio Gabriel resolveu adotar o sistema e procurou o escritório do IDR-Paraná para saber mais sobre a tecnologia. “Graças à orientação técnica do Instituto, consegui fazer essa fossa biodigestora que trará muitos benefícios à saúde da minha família e ao próprio meio ambiente. Vários produtores já vieram me visitar e saber como se faz. Sempre digo para procurarem a ajuda dos técnicos para fazerem em suas propriedades”, comenta Gabriel.

Baixo custo
Para Jorge André Silva Fernandes, zootecnista do IDR-Paraná de Iretama, a fossa séptica biodigestora infelizmente é pouco adotada na área rural por falta de consciência ambiental dos produtores. A maioria ainda usa a fossa negra, um buraco com uma tampa, ou a fossa séptica.

Segundo ele, além dos benefícios ambientais, a fossa séptica biodigestora também tem um baixo custo. "O Ademir procurou o escritório para saber mais sobre esse sistema e resolveu implantar a tecnologia. Para uma residência com quatro pessoas o custo ficou em aproximadamente R$ 700, pois o Ademir usou algum material que já existia na propriedade. Esperamos que o caso dele sirva de exemplo para que mais produtores façam o mesmo em seus lotes", informou Fernandes. Ele acrescentou ainda que há muito o que fazer na área do saneamento básico e a fossa séptica biodigestora pode ajudar a melhorar as condições sanitárias de muitas famílias rurais em todo o estado.

Reportagem: Roberto Monteiro