IDR-Paraná intensifica capacitação dos produtores para o enfrentamento da formiga cortadeira 21/11/2023 - 15:20

Através de reuniões técnicas a campo o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) intensifica, neste período do ano, o trabalho de orientação aos produtores rurais sobre o controle das formigas cortadeiras. A ação envolve instruções sobre a identificação das espécies e práticas que podem ser adotados pelo agricultor para o enfrentamento do problema.

De acordo com o técnico do IDR-Paraná de Umuarama, José Cosme de Lima, a formiga cortadeira pode atacar e causar danos em áreas de lavouras, florestas plantadas, pastagem, frutíferas e até hortas. "No caso de uma plantação de eucalipto, um sauveiro adulto pode desfolhar até 86 árvores por ano e incapacitar a planta de realizar a fotossíntese. Com três ataques consecutivos pode até matar a planta. Já na pastagem, se mal manejada, os danos chegam a 50% da capacidade produtiva; Para os produtores de mandioca um ataque logo após a brotação reduz em mais de 30% o stand de plantas", explica Cosme.

A capacitação dos produtores foi feita com a realização de dias de campo, reuniões técnicas e oficinas. Um dos participantes, o produtor de frutas Roberto Meda, de Umuarama, destaca que as orientações foram imprescindíveis para a tomada de decisões no controle da praga.  "Na verdade, a gente já vinha combatendo, mas não tinha eficiência. Acabava jogando produto fora e não estava conseguindo o objetivo que buscava, que era baixar o nível de infestação. Sabemos que essa praga vai existir sempre, mas não podemos deixar que cause tanto prejuízo pra gente", comenta.

O extensionista José Cosme de Lima detalha que nos treinamentos o produtor tem a oportunidade de expor a sua experiência no manejo e controle da praga e que a partir disso o técnico instrutor faz a sua abordagem para o enfrentamento do problema. "Mostrando como identificar os diversos tipos de formigas, como dimensionar um formigueiro, quais são as alternativas de controle e a necessidade de todos terem o que chamamos de responsabilidade solidária". Esta responsabilidade solidária, explica o extensionista, é necessária porque o trabalho isolado do produtor, lá em sua propriedade, pode não alcançar o resultado esperado no controle da formiga. "O sucesso no enfrentamento da praga depende de um trabalho conjunto da comunidade ou até mesmo do município. Então, além do produtor fazer este controle em seu sítio precisa ainda ter a capacidade de mobilizar o vizinho para ele fazer o mesmo em sua propriedade", conclui.

Áreas de preservação – José Cosme conta o trabalho realizado pelo IDR-Paraná, neste ano, conta com a parceria de universidades. Um grupo de pesquisa foi formado e permitiu um avanço no controle de áreas de reserva legal e de preservação. “A lei não permite que o produtor faça o controle de pragas com recursos existentes hoje em áreas de preservação. O que torna esses terrenos origem de novas colônias de formigueiros, que migram para ocupar lavouras, pastagens ou florestas que ficam à sua margem. Esta ação de pesquisa com as universidades tem o propósito de encontrar uma solução para  problema, em obediência à legislação vigente. Com uso de produtor biológicos por exemplo", afirma.

As universidades parcerias são a UEM (Universidade Estadual de Maringá), Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), UEL (Universidade Estadual de Londrina) IFPR (Instituto Federal do Paraná) e outras instituições de ensino.