Boletim Agrometeorológico do IDR-Paraná aponta que maio foi um mês seco 11/06/2025 - 13:49

Maio de 2025 foi um mês marcado por condições de estiagem no Paraná. Embora tenham ocorrido variações nos índices de chuva ao longo do Estado, a maior parte das regiões registrou volumes inferiores a 100 mm (Figura 1). O maior acumulado mensal foi observado em Foz do Iguaçu, no Oeste, com 198 mm de chuva. Por outro lado, o menor volume pluviométrico foi registrado em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, com apenas 13,2 mm.

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Figura 1. Precipitação registrada em maio de 2025 no Paraná. Fonte: IDR-Paraná e Simepar.

 

As anomalias de precipitação em maio de 2025 ficaram abaixo da média histórica em todas as regiões do Paraná (Figuras 2 e 3). As maiores defasagens foram registradas nas regiões Oeste e Sul, com déficits de 77,4 mm e 76,2 mm, respectivamente, em relação aos valores históricos. A região Central foi a que mais se aproximou da média histórica, mas ainda apresentou um déficit considerável de 33,4 mm. No geral, a média estadual de precipitação foi de 78,1 mm, bem abaixo da média histórica de 137,4 mm. 

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Figura 2. Precipitação média (mm) registrada em maio de 2025 e histórica (1976-2024) nas regiões do Paraná. Fonte: IDR-Paraná e Simepar.*RMC - Região Metropolitana de Curitiba.

 

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Figura 3. Anomalia de precipitações (mm) registradas em maio de 2025 em relação à média histórica no Paraná. Fonte: IDR-Paraná e Simepar.

 

As temperaturas estiveram significativamente elevadas para a época do ano, especialmente as máximas, que ficaram acima da média histórica em praticamente todo o Estado (Figura 4). Em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, a anomalia das temperaturas máximas do ar chegou a 2,7 °C. Em Toledo, também na região Oeste, a média das temperaturas mínimas foi de 14,9 °C, enquanto a média histórica é de 12,8 °C. Considerando todo o Estado, as temperaturas máximas e mínimas ficaram, em média, 1,3 °C e 0,8 °C acima dos valores históricos, respectivamente.

 

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Figura 4. Anomalia das temperaturas máximas e mínimas do ar de maio de 2025 no Paraná. Fonte: IDRParaná e Simepar

 

No final do mês, uma massa de ar polar de intensidade moderada atuou sobre o Estado, provocando geadas fracas nas regiões Metropolitana de Curitiba, Sul, Sudoeste, Central e Oeste do Paraná. A menor temperatura registrada foi de -0,3 °C, no dia 30/05, no município de Palmas (localidade de Horizonte), situado no Sul do Estado (Figura 5).

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Figura 5. Temperaturas mínimas do ar em 29 e 30 de maio de 2025 no Paraná. Fonte: IDR-Paraná e Simepar.

 

AGRICULTURA: O texto a seguir é uma análise da influência das condições climáticas de maio sobre as principais culturas agrícolas do Estado, com base nos boletins semanais e diários elaborados pelos técnicos do Departamento de Economia Rural do Paraná – DERAL. Em geral, as condições climáticas de maio foram favoráveis ao desenvolvimento das culturas agrícolas no Estado.

MILHO 2ª SAFRA: A colheita do milho segunda safra teve início. Ao final de maio, as lavouras em campo foram classificadas em 65% em boas condições, 22% em condições medianas e 13% em condições ruins. Apesar do registro de geadas, os impactos na produtividade foram pontuais e não comprometeram significativamente a safra. Mesmo com adversidades climáticas, como a seca durante o desenvolvimento das plantas, a estimativa é de que o Paraná alcance uma produção recorde de milho.

FEIJÃO 2ª SAFRA: Até o final de maio, aproximadamente 71% da área cultivada com feijão segunda safra já havia sido colhida. Por ser uma cultura de ciclo curto e alta exigência hídrica, o volume de chuvas registrado foi insuficiente para garantir o bom desenvolvimento das lavouras. Embora algumas áreas tenham se desenvolvido satisfatoriamente, a escassez de precipitações e as altas temperaturas limitaram o potencial produtivo. Além disso, a presença da mosca branca causou prejuízos expressivos, devido à baixa eficácia dos tratamentos aplicados. Nesse contexto, apenas 66% das lavouras foram classificadas como em boas condições, 24% em condição mediana e 10% em condição ruim.

TRIGO: Prosseguiu a semeadura do trigo com 72% da área prevista já implantada até o final de maio. A grande maioria das lavouras (99%) apresentou bom desenvolvimento inicial. Apesar da ocorrência de chuvas abaixo da média, o clima contribuiu positivamente para o estabelecimento da cultura. As precipitações registradas no mês, aliadas às temperaturas amenas e à alta incidência de sereno, favoreceram a umidade do solo, beneficiando a germinação e o perfilhamento das plantas.

CAFÉ: Até o final de maio, cerca de 27% da área de café havia sido colhida, com rendimento e qualidade superiores às expectativas. As lavouras apresentam condições majoritariamente muito boas: 96% foram classificadas em bom estado e o restante em condição mediana. A produtividade média final deve ficar dentro do esperado.

OLERÍCOLAS: Na cultura da batata segunda safra, 53% da área já havia sido colhida. Das lavouras em desenvolvimento, 94% apresentaram boas condições e 6% condições medianas. As hortaliças foram protegidas com coberturas para minimizar os danos causados pelas geadas. A colheita do tomate avançou, mas houve perdas significativas de frutos devido à incidência de viroses.

CANA-DE-AÇÚCAR: No final de maio, a cultura da cana-de-açúcar encontrava-se majoritariamente em fase de colheita, com produtividade dentro do esperado.

MANDIOCA: A colheita da mandioca manteve-se em andamento, apresentando boa produtividade. Paralelamente, iniciou-se o preparo do solo para a próxima safra.

CEREAIS DE INVERNO: Durante o mês de maio, as lavouras de aveia branca, aveia preta e azevém apresentaram bom desenvolvimento inicial. No caso da cevada, 35% da área prevista já haviam sido implantadas, sendo que 96% das lavouras estavam em bom estado vegetativo e o restante em condição mediana.

PASTAGEM: As pastagens nas regiões Norte e Noroeste do estado apresentaram sinais de estresse hídrico, com redução na produção de massa verde, reflexo da escassez de chuvas.

MANANCIAIS HIDRÍCOS Na região Norte do Paraná os níveis de rios, riachos e lagos estão abaixo do normal.

 

Elaborado pela Agrometeorologia do IDR-Paraná¹ e técnicos da SEAB/DERAL²:

Heverly Morais¹

Carlos Hugo Winckler Godinho (Organizador)²

Pablo Ricardo Nitsche¹

Angela Beatriz Ferreira da Costa¹

Clauceneia Ludwig¹

APOIO: SIMEPAR