Carne do Purunã foi destaque na premiação do Orgulho da Terra 01/12/2023 - 12:02

A celebração, na última quinta-feira (30) foi uma oportunidade para que os convidados conhecessem as qualidades do Purunã, a primeira raça de bovino para corte desenvolvida no Paraná e a única idealizada por um centro estadual de pesquisa, o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater). No evento foram escolhidos vinte produtores rurais e técnicos paranaenses que se destacaram neste ano em boas práticas do agronegócio, com base nos pilares social, ambiental e econômico. O prêmio é realizado, pelo terceiro ano consecutivo, pelo Grupo RIC de comunicação, IDR-Paraná e Sistema Ocepar.

O Purunã vem atraindo o interesse de pecuaristas de outras regiões do Brasil, em virtude de sua rusticidade e rendimento. O Purunã é um bovino composto, obtido pelo cruzamento entre Charolês, Aberdeen Angus, Caracu e Canchim.

De acordo com o pesquisador José Luiz Moletta, Purunã conjuga as qualidades de cada uma das raças utilizadas em sua formação. Charolês contribuiu com ganho de peso rápido, rendimento de carcaça e elevado porcentual de carnes nobres. Angus conferiu precocidade, tamanho adulto moderado e temperamento dócil, além da carne macia e de bom marmoreio. Caracu e Canchim transmitiram rusticidade, tolerância ao calor e resistência aos parasitas.

Moletta acrescenta que vacas Purunã se destacam pela habilidade materna e boa produção de leite, características herdadas de Caracu e Angus, e que touros da raça têm bom desempenho em regiões de clima quente.

A raça é apropriada a uma ampla gama de criadores, do mais simples ao mais especializado, para manejo em pasto ou confinamento, podendo ser adotada para criação exclusiva ou em cruzamentos com vacas Nelore e aneloradas para terminação.

Incentivo - Norberto Ortigara, secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, afirmou que o Prêmio é um estímulo para os produtores. “O Paraná tem uma especialidade que é ser bom produtor de um conjunto grande de cadeias produtivas de alimentos e fibras. E faz bem aos negócios incentivar e premiar aqueles que, de alguma forma, se sobressaem no processo produtivo. Sempre que a gente entrega alguma premiação estamos reconhecendo um esforço, pela diferença que fazem em relação aos demais produtores. No trabalho a gente procura trazer todo mundo junto. Aqueles que se diferenciam a gente dá um cutucão, para irem mais para frente ainda”, observou.

O diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, acredita que o prêmio reforça o trabalho de produtores e técnicos que estão no campo, além de divulgar seu trabalho para a sociedade. “A premiação é um depoimento vivo de que é possível ser competitivo, sem desmerecer a natureza ou a sustentabilidade. Tenho certeza que é um estímulo para os agricultores e para o nosso colega extensionista que está lá na ponta, lutando para que outros agricultores façam esse tipo de trabalho”, ressaltou Souza. Segundo ele, o prêmio recompensa os produtores pelo uso de boas práticas no campo,  incentivando a sustentabilidade no meio rural

Reconhecimento - Para Leonardo Petrelli, diretor do grupo RIC, o prêmio destaca um trabalho que nem sempre ´reconhecido pela sociedade. “A gente sempre ouve falar da força do agronegócio do Paraná, das grandes empresas, grandes marcas. Mas a gente muitas vezes esquece das pessoas que estão por trás disso. O Orgulho da Terra premia as pessoas que no seu dia a dia desenvolvem práticas que ajudam a produção do agronegócio do Paraná”, afirmou.

A entrega do prêmio Orgulho da Terra encerra um longo processo de indicação e avaliação, desenvolvido nos últimos quatro meses, que movimentou dezenas de técnicos extensionistas e pesquisadores de instituições públicas e associativistas ligadas ao agronegócio do Paraná.

Erva mate e mulheres  - Neste ano, pela primeira vez, a erva-mate foi incluída no prêmio. Edvino Dominski, de Cruz Machado, foi o escolhido pelo trabalho desenvolvido em sua propriedade. “É um orgulho muito grande para a gente. Nunca esperamos chegar a receber um prêmio dessa altura. É um reconhecimento do trabalho da gente com a erva sombreada, produzindo com a mata nativa”, comemorou o produtor. A produtora Sonia Mara de Oliveira, de Guaraniaçu, ganhou o prêmio Mulheres no Agro. Ela produz temperos e condimentos desidratados em sua propriedade e destacou a importância da assistência técnica do IDR-Paraná para a conquista do prêmio. Sonia Mara fez um chamado para outras produtoras.  “Dedico esse prêmio a todas as mulheres que, como eu, muitas vezes não têm coragem de mudar, mas que usem meu exemplo para serem vencedoras e acreditem em seus objetivos”, concluiu.

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