Encontro destaca tecnologias e políticas públicas para enfrentar as mudanças climáticas

Mais de 150 participantes — entre pesquisadores, técnicos, consultores e estudantes — participam em Londrina do 3º Congresso Paranaense de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, que acontece nesta terça-feira (23) e quarta-feira (24), na sede da Embrapa Soja.

Com realização do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater), da Embrapa Soja e apoio de diversas entidades ligadas ao setor agropecuário, o evento é uma iniciativa do grupo gestor estadual do Plano Setorial para Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, conhecido como Plano ABC+, política pública que visa estimular a adoção de práticas e tecnologias que reduzem a emissão de gases de efeito estufa e promovem a fixação de carbono no solo e nas plantas.

A programação contempla palestras e debates sobre técnicas de mitigação das emissões, políticas públicas e oportunidades de mercado, com foco no fortalecimento da agricultura sustentável. Temas como o mercado de carbono, COP30, manejo de sistemas integrados, e o uso de bioinsumos, além do papel da genética no desenvolvimento de variedades adaptadas às mudanças climáticas, serão debatidos nos dois dias do encontro.

Para a diretora de pesquisa e inovação do IDR-Paraná, Vania Moda Cirino, o evento reforça a importância de integrar ciência, produtores e políticas públicas em torno do desafio climático. “O agricultor deve deixar de ser apenas produtor de alimentos e assumir também o papel de gestor ambiental. Isso significa adotar práticas já conhecidas, como plantio direto, rotação de culturas e recuperação de pastagens, além de compreender o funcionamento do mercado de carbono e as metodologias de valoração da redução das emissões”, ela apontou

A diretora também destacou a contribuição da pesquisa paranaense para a agricultura de baixa emissão. “O Paraná é referência nacional no desenvolvimento de tecnologias que ajudam a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Cabe a nós difundir cada vez mais essas práticas, para que possam ser incorporadas à rotina dos agricultores”, afirmou.

O chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Lima Nepomuceno, ressaltou que o Brasil tem papel estratégico na agenda climática global. “Há décadas nossa agricultura adota práticas sustentáveis. O desafio atual é demonstrar e comprovar, com números, essa contribuição. Eventos como este fortalecem a integração entre ciência, políticas públicas e mercado e mostram ao mundo que a agricultura brasileira faz parte da solução para a crise climática”.

REALIZAÇÃO — O  3º Congresso Paranaense de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono é uma iniciativa do Plano ABC+, com realização do IDR-Paraná, Embrapa Soja, Seab (Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná) e apoio da CS Consultoria Ambiental, Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto, Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina, Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia); Syngenta, UPL; Federação dos Engenheiros-Agrônomos do Paraná e Associação dos Engenheiros-Agrônomos de Londrina.

GRUPO GESTOR — O  grupo gestor estadual do Plano ABC+ no Paraná é integrado por representantes do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária; Seab; IDR-Paraná; Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná); Sedest (Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo); Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná); Embrapa; Senar (Serviço de Aprendizagem Rural); Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná); Apre (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal); Fetaep (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná); Banco do Brasil; Itaipu Binacional; Crea-PR; Apepa (Associação Paranaense de Planejamento Agropecuário); UFPR (Universidade Federal do Paraná) e Unicentro (Universidade Estadual Centro-Oeste)