Dia do Extensionista: IDR-Paraná apresenta conquistas e projeta futuro da assistência rural 05/12/2025 - 10:19

A Extensão Rural, serviço gratuito oferecido aos agricultores familiares, chegou ao Brasil no dia 6 de dezembro de 1948, em Minas Gerais. Oito anos depois seria instalado no Paraná e desde então vem desempenhando um papel fundamental para o desenvolvimento da agropecuária do estado. Nas comemorações do Dia Nacional da Extensão Rural e Dia do Extensionista, neste dia 6 de dezembro, o IDR-Paraná reafirma sua missão de levar o desenvolvimento aos produtores, bem como ainda aponta caminhos para o futuro da Extensão Rural no estado.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes, destacou o papel estratégico do IDR-Paraná na transformação do campo paranaense. Segundo ele, o trabalho integrado de pesquisa, assistência técnica e políticas públicas tem impulsionado a renda das famílias rurais e fortalecido a sustentabilidade do setor. “A Extensão Rural é o elo que transforma política pública em desenvolvimento real no campo. O trabalho do IDR-Paraná fortalece nossas famílias agricultoras, amplia oportunidades e garante que o Paraná siga sendo referência em produção, inovação e sustentabilidade”, afirmou.

Natalino Avance de Souza, diretor-presidente do IDR-Paraná, afirma que atualmente o estado vive um bom momento que tem favorecido o serviço oficial de extensão rural. “A incorporação da Extensão Rural, Pesquisa e outras instituições do setor em 2019, trouxe um fortalecimento do corpo da instituição. Passamos a ter a possibilidade de desenvolver trabalhos em pesquisa, logística, agroecologia e extensão rural. Isso ampliou o grau de intervenção do IDR-Paraná na realidade do produtor”, observou Souza. Segundo ele, hoje os profissionais da Extensão Rural atuam em diversas frentes como a construção e pavimentação de estradas rurais, agroecologia, pesquisa e extensão rural, além da assistência técnica.

Em virtude dos resultados conseguidos pelo IDR-Paraná, hoje a direção do Instituto pode discutir com setores do governo e da sociedade algumas questões importantes para o futuro da empresa. Souza observa que a realização de concurso público, do PSS (Processo Seletivo Simplificado) podem ser debatidos como estratégia para melhorar o serviço oferecido aos produtores. “Ainda estamos discutindo conectividade rural, pavimentação de estradas, sustentabilidade, temas que dão mais qualidade de vida à população que vive no meio rural”, destaca.

Para o diretor-presidente do IDR-Paraná o reconhecimento da importância da instituição pode ser medido pelas constantes convocações para a participação em ações que tenham como objetivo o adensamento da renda das famílias rurais, apoio a comunidades indígenas ou a regularização de agroindústrias, além da atuação em crises que o setor passa como a queda dos preços pagos ao produtor de leite ou o uso de agrotóxicos. O IDR-Paraná também tem atuado em conjunto com a Adapar para a implantação do Susaf que permite que o pequeno produtor tenha acesso a novos mercados.

“A Extensão Rural continua um serviço relevante e indispensável na maioria dos estados do Brasil. Calcula-se que hoje o serviço oficial de extensão esteja presente em mais de cinco mil municípios do país. Há coisas que se a Extensão Rural oficial não faz, outras organizações não vão fazer”, opina Souza. Para ele, o IDR-Paraná continua sendo o braço do governo para levar políticas públicas para a população do campo. “Existe um público que precisa da extensão rural. Mais de 85% das propriedades do estado tem menos de 50 hectares. No Paraná, apenas 42% dos produtores têm acesso a assistência técnica”, afirmou Souza. Ele acredita que muito desse universo está fora do radar das grandes empresas de assistência técnica, exigindo a atuação da Extensão Rural oficial em conjunto com outras instituições.

Para melhorar a assistência aos produtores, o IDR-Paraná criou o projeto “Escritório do Futuro”. Para tanto, estão sendo desenvolvidas ferramentas digitais para potencializar o trabalho dos extensionistas. “O Estado tem dez municípios com mais de 200 mil hectares de extensão, o que dificulta o acesso de algumas comunidades ao serviço. Estamos criando ferramentas para que o extensionista possa atender o produtor com mais agilidade. Hoje já temos o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e o EUDR (Regulamento Anti Deflorestamento da União Europeia) que podem ser verificados nos escritórios. Mas vamos colocar essas ferramentas numa plataforma para que elas estejam ao alcance do produtor toda vez que ele precisar”, informou Souza.  Até o ano que vem o “Escritório do Futuro” deve ser instalado como projeto piloto em Prudentópolis, Assis Chateaubriand e em um município da Região Metropolitana de Curitiba.

Souza aponta o crescimento expressivo da produção orgânica no estado como fruto do trabalho da Extensão Rural. Hoje o Paraná já é o segundo estado brasileiro em número de produtores orgânicos certificados, o que tem garantido aumento de renda nas propriedades familiares. “Além disso, temos que lidar com novas questões como as adversidades climáticas. Estamos nos preparando para esse cenário com a implantação de programas como o Irriga Paraná que aumenta a resiliência hídrica do estado e o programa de microbacias com práticas sustentáveis, financiado pelo Banco Mundial. Nesses 70 anos podemos afirmar que a Extensão Rural continua relevante porque o meio rural paranaense ainda tem desequilíbrios regionais e a ação do estado é necessária para que eles sejam corrigidos”, concluiu Souza.