Expotécnica debate projetos de energias renováveis 19/07/2021 - 15:21

No próximo dia 22, o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater) vai realizar, a partir das 9 horas, mais uma edição da Expotécnica de Sabáudia. Assim como em 2020, o evento deste ano será virtual e transmitido, pela internet, no canal do Instituto no YouTube. O tema principal da "live" será a produção de energias renováveis no meio rural e o papel do Programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

A abertura oficial da Expotécnica contará com a participação do secretario estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, do presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, além de lideranças do setor agropecuário. O produtor Cláudio Vicente D'Agostini, proprietário do sítio São José, onde tradicionalmente ficam as unidades didáticas que mostram novas práticas de cultivo e variedades aos agricultores, também fará um depoimento.

Herlon Goelzer de Almeida, coordenador do RenovaPR, vai apresentar o programa que será lançado pelo governo do estado. Segundo ele, atualmente há um grande interesse pelo tema já que os custos com a energia vêm aumentando. Além da situação do estresse hídrico verificado este ano no Paraná, Almeida acredita que este cenário não deve mudar nos próximos anos. Ele lembra que atualmente a energia rural tem subsídios que chegam a 60% do seu valor.  No entanto, o Decreto Federal n.º 9.642, de 27/12/2018, eliminou esse tratamento especial dado aos produtores rurais e a subvenção será retirada totalmente até 2023. "A tendência é que o custo com a energia aumente. Então, o negócio é o produtor rural produzir energia", destacou Almeida.

Custos
O aumento do custo da energia pode tirar a competitividade dos produtores paranaenses que atuam na criação de frangos de corte, na piscicultura de água doce, na suinocultura e na produção de leite. De acordo com Almeida, a primeira ação do programa será cadastrar as empresas prestadoras de serviços em projetos de biogás/biometano e energia solar. Ele informou que um levantamento junto ao CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná) realizado neste mês, identificou no Paraná a existência de 936 empresas que trabalham com energia solar e 91 com biogás. Ele espera que todas se cadastrem no programa.

O segundo passo do RenovaPR será estimular o produtor a produzir energia própria. Para Almeida, um dos argumentos mais convincentes é que além do custo crescente da energia, esses projetos podem ser pagos em pouco tempo. Ele aponta que no caso da energia solar o investimento pode ser amortizado num período de 30 a 48 meses. "Para o biogás/biometano em menos tempo ainda. Há casos que se pagam em 12 meses", afirmou. Almeida disse também que os interessados podem recorrer ao Banco do Agricultor para financiar os projetos. Segundo ele, o banco vai reduzir as taxas de juros dos contratos de energia para melhorar as condições de implantação dos projetos e haverá R$ 1 bilhão em crédito para este fim.

Atendimento
Tão logo o RenovaPR seja lançado oficialmente o programa será executado pelo IDR-Paraná. Haverá uma prioridade de atendimento, começando pelos 10.400 paranaenses que hoje são beneficiados pelo programa Tarifa Rural Noturna. Na ordem de atendimento vêm, em seguida, os produtores de aves de corte, empreendimentos de piscicultura de água doce, cooperativas e agroindústrias. Almeida disse que o RenovaPR deverá atender mais de cem mil produtores. "É o maior programa já executado pela Seab", destacou. 

Os interessados em participar do programa devem procurar as unidades do IDR-Paraná que vai fazer uma espécie de "fila" de atendimento de acordo com a prioridade. O extensionista vai preencher um cadastro do interessado e o produtor poderá escolher uma entre as empresas cadastradas no programa. O profissional do Instituto vai acompanhar o trabalho e caberá a ele fazer um laudo final de instalação do projeto. Mais detalhes e informações você pode obter participando da "live" da Expotécnica.com , no dia 22, a partir das 9h, no canal do IDR-Paraná, no YouTube.

Reportagem: Roberto Monteiro