História da Extensão Rural é contada durante Expoingá 09/05/2025 - 13:26
Lançada nesta sexta-feira (09), a 51ª Expoingá (Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá) conta com participação especial no IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater). Neste ano, além de mostrar novas tecnologias e ações desenvolvidas a campo, o espaço Agromuseu, que é organizado pelo IDR-Paraná em parceria com a Sociedade Rural de Maringá vai contar a história da Extensão Rural no estado e sua importância para o desenvolvimento da agropecuária no Paraná. O Instituto vai expor objetos que contam sua história, além de mostrar o uso de novas ferramentas e tecnologias. Segundo os organizadores, trata-se de um resgate da história da Extensão Rural oficial no estado com a mostra de equipamentos, fotos e práticas que eram utilizados na agropecuária do estado, bem como sua evolução e modernização.
Para Natalino Avance de Souza, diretor-presidente do IDR-Paraná, a Extensão Rural vem contribuindo fortemente para o progresso da agricultura do Paraná ao longo de quase sete décadas. “Com espírito pioneiro, a Extensão Rural acendeu a chama do cooperativismo, tornando-o um alicerce vigoroso para o mercado agropecuário. Incentivou a agroindústria, valorizando os frutos da terra, multiplicando renda e enriquecendo o mercado. Gerou novas oportunidades aplicando tecnologias na lavoura e na pecuária. Ainda incentivou o turismo rural e o empreendedorismo, impulsionando o crescimento do Paraná”, destacou Souza.
De acordo com o diretor-presidente do Instituto, o serviço oficial de Extensão Rural não ficou estagnado e assumiu novos desafios ao longo do tempo. “A Extensão Rural abraçou a sustentabilidade, entrelaçando tecnologia e lucratividade com a preservação do meio ambiente. Beneficiou milhares de famílias por meio de programas governamentais que proporcionam dignidade e bem-estar para quem vive no rural”, afirmou Souza. Ele lembrou ainda o trabalho feito com segmentos da sociedade que anteriormente não tinham apoio oficial. “A Extensão reconheceu a força silenciosa das mulheres do campo e lhes devolveu o protagonismo merecido, como no projeto ‘Mulheres do Café’. Sete décadas de dedicação resultaram no que é o Paraná hoje: O Supermercado do Mundo”, concluiu Souza.
Maria Iraclézia de Araújo, presidente da Sociedade Rural de Maringá, ressaltou que a extensão rural é essencial para levar conhecimento, inovação e desenvolvimento ao campo. “Por meio dela, o produtor tem acesso a novas tecnologias, práticas sustentáveis e mais qualidade de vida” disse Maria Iraclézia. Ela acrescentou ainda que a Sociedade Rural de Maringá tem valorizado essa conexão e, durante a Expoingá, promove ações que fortalecem o saber no meio rural. “Acreditamos que investir em extensão é garantir um futuro mais justo, produtivo e promissor para quem vive e trabalha onde tudo começa: no campo”, enfatizou Maria Iraclézia.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes, participou da solenidade de abertura e fez questão de destacar a importância desta exposição por fazer parte da sua carreira. “Um dos meus primeiros empregos com carteira assinada foi como chefe do núcleo da Seab em Campo Mourão. Depois fui secretário da Agricultura de Campo Mourão e diretor administrativo e financeiro da Emater-Paraná. Se eu tenho um pouco de disciplina, organização, rotina, processo e procedimento eu aprendi isso dentro da Emater”, afirma, Nunes. “Estou muito satisfeito por poder ajudar a contar a história da Extensão Rural, dar minha participação e ser o catalisador de programas importantes em que o governo do estado resolveu investir como o maior programa de conservação de solo, água e combate de erosão do Brasil que será lançado na quinta-feira. São R$5 bilhões em novos empreendimentos. Queremos mostrar que existe um futuro, que o Brasil tem jeito, que o Paraná é o Brasil que dá certo”, concluiu o secretário.
HISTÓRIA: A trajetória da Extensão Rural no Paraná começou em 1956 com a criação do ETA (Escritório Técnico da Agricultura). À época o objetivo era transmitir conhecimentos para gerar mudanças e promover a melhoria no campo e na vida das pessoas. A primeira turma de extensionistas do Paraná foi constituída por onze economistas domésticas e nove agrônomos que se instalaram em sete municípios: Toledo, Foz do Iguaçu, São Mateus do Sul, Rebouças, Prudentópolis, Campo Largo e União da Vitória.
Em 1959 as funções do ETA foram assumidas por uma organização de utilidade pública denominada Acarpa (Associação de Crédito e Assistência Rural). Em 1977 é criada a Emater-Paraná, (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Paraná) empresa pública de direito privado, que absorve as atividades da Acarpa.
Em dezembro de 2019 o governo do estado decidiu pela fusão de diversas instituições em um só serviço. CPRA (Centro Paranaense de Referência em Agroecologia), Codapar (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná), IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná) e Emater se uniram para formar o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) que passou a levar aos produtores o serviço de extensão rural, assistência técnica, bem como o conhecimento gerado pela pesquisa oficial.
Desta forma foi possível dar continuidade ao trabalho de extensão rural, com base nos princípios de desenvolvimento sustentável, inovação, competitividade e inclusão social. Por se tratar de serviço público, a extensão rural sempre esteve ligada diretamente aos agricultores familiares. Porém, suas ações estão disponíveis para todo o universo rural. Atualmente o IDR-Paraná conta com mais de 1.400 servidores e atua nos 399 municípios do estado. Além de se dedicar à família rural, o serviço de extensão rural contribui, decisivamente, para a transformação econômica e social do Paraná.