IDR-Paraná recebe comitiva de pesquisadores do Peru 10/11/2022 - 12:04

 

A sede do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) em Londrina recebeu uma comitiva técnica de Universidad Nacional de San Martín do Perú nesta quarta-feira, 09. Quem recebeu a comitiva foi a diretora de pesquisa do IDR-Paraná, Dra. Vânia Moda Cirino.

Durante a visita a equipe composta por pesquisadores do Peru e da UEM - Universidade Estadual de Maringá, conheceu o Laboratório de Diagnóstico de Doenças com trabalhos para manejo do complexo do enfezamento do milho, com a pesquisadora Michele Regina Lopes da Silva, que é a responsável pelo trabalho.

O IDR-Paraná começou a pesquisar o enfezamento na safra de 2020, quando realizou uma primeira coleta de plantas adultas e recém-semeadas, cigarrinhas e tigueras nas zonas produtoras do cereal. “Ali, já confirmamos a presença do vírus da risca e das bactérias fitoplasma e espiroplasma, causadores da doença”, conta Michele Regina Lopes da Silva.

A doença foi detectada no Oeste do Paraná há cerca de 20 anos, inicialmente de forma esporádica. O problema ganhou proporção nos últimos anos — já se observou perda de até 60% da produção em algumas lavouras do Estado.   

Além do vírus da risca e das bactérias fitoplasma e espiroplasma (também conhecidas como molicutes), o complexo do enfezamento envolve a cigarrinha-do-milho, inseto que se contamina ao sugar a seiva de plantas infectadas e faz a transmissão da doença quando se alimenta em plantas sadias.

A cigarrinha pode voar num raio de 30 quilômetros, mas alcança distâncias ainda maiores, pois também é transportada por correntes de ar.

A comitiva conheceu, também, a Rotação de Culturas em Sistemas Produtivos Sustentáveis, MIP (Manejo Integrado de Pragas), MID (Manejo Integrado de Doenças) e o Coletor de Esporos, com o pesquisador Dr. Ivan Bordin.

Ivan mostrou experimentos sobre manejo adequado da lavoura como adubação equilibrada, controle de invasoras e colheita em época correta que estão contemplados na filosofia do MIP e MID. Dessa forma conseguiram verificar o quanto a rotação de culturas, o MIP e o MID se fazem necessários no sistema produtivo como um todo. Visto a crescente presença de insetos, pragas e patógenos que reduzem a produtividade das lavouras, e o aumento no uso de defensivos agrícolas, muitas vezes sem quaisquer critérios que podem prejudicar o meio ambiente.

Já os coletores de esporos, que possibilitam detectar os esporos do fungo causador da ferrugem-asiática antes da manifestação sintomática nas plantas, e possibilitam o manejo adequado. A detecção de esporos na lavoura antes do estabelecimento da doença torna o controle mais assertivo e evita aplicações de fungicida sem necessidade.

O Manejo de Plantas Invasoras em Sistemas de Produção Sustentável foi apresentado pelo pesquisador do IDR-Paraná, Luiz Antonio Odenath Penha, que mostrou os experimentos com soja em plantio direto e as metodologias e práticas de manejo adequado dos recursos naturais. Tais experimentos evitam a degradação do ambiente e garantem a satisfação das necessidades humanas das gerações atuais e futuras.

Por fim a comitiva acompanhou a apresentação de experimentos com a cultura do feijão em campo com José dos Santos Neto. O engenheiro agrônomo explicou sobre a complexidade do melhoramento genético de uma cultivar, que pode demorar de 12 a 13 anos até que cheguem aos produtores e beneficiem toda cadeia produtiva.

Foi uma manhã de muita troca de experiência e transferência de tecnologia, onde o IDR-Paraná foi exemplo de pesquisa agropecuária.