Pronaf financia barco no litoral 18/03/2024 - 09:21

 

João Carlos da Costa, de Antonina, é pescador há mais de 40 anos. Ele mantém sua família com a pesca de camarão e pescado e ainda gera emprego para outras famílias do município. João tem dois barcos, mas vinha passando dificuldades porque as embarcações eram pequenas e não ofereciam as condições ideias de trabalho. Com o apoio dos extensionistas do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento do Paraná – Iapar-Emater), e a participação de suma importância do Banco do Brasil, o pescador conseguiu comprar um novo barco, por meio de um financiamento do Pronaf Mais Alimentos. A nova aquisição deu mais autonomia a João Carlos que agora pode passar mais tempo pescando em alto mar. Esta é a primeira vez, em cerca de dez anos, que o programa federal financia a compra de uma embarcação no litoral paranaense.

O barco adquirido pelo pescador tem 8,90 m de comprimento, por 3,6 m de largura, é equipado com câmara fria que tem capacidade para armazenar até cinco toneladas de pescado. Atualmente, com dois pequenos barcos antigos, um para a pesca de camarão e outro para a captura de pescado, João Carlos fica em alto mar, no máximo, três dias. O pescado fica armazenado em freezers em sua casa. Agora, ele poderá pescar por até dez dias, sem o risco de perder a carga. O barco teve um custo total de R$150.000, dos quais R$130.000 foram financiados, em dez anos, com doze meses de carência.

“Esse barco vai favorecer não só a mim, mas bastante gente que trabalha comigo. Só tenho que agradecer ao pessoal do IDR-Paraná que me ajudou a conseguir o financiamento”, disse João Carlos. Ele explicou que três pessoas vão trabalhar na embarcação, ele e mais dois funcionários. Além disso, cerca de dez mulheres, que ficam em terra, vão fazer a limpeza e corte do pescado para a venda. “Cada peixe tem um tipo de corte, tem as mulheres que tiram a espinha e outras que fazem os filés. Agora vamos ter mais peixe e mais trabalho para elas”, ressaltou o pescador.

Justino Alves de Oliveira, extensionista do IDR-Paraná que acompanhou a proposta de financiamento de João Carlos, afirmou que grande parte dos pescadores tem dificuldade em conseguir recursos nas linhas oficiais de crédito porque não conseguem apresentar a documentação exigida. Segundo ele, frequentemente os trabalhadores da pesca não costumam guardar recibos de suas despesas, tampouco têm comprovantes de quanto recebem com a comercialização de pescado ou camarão. “Sem poder comprovar renda, fica difícil conseguir financiamento”, observou o extensionista. Ele explicou também que há casos de famílias cuja renda é complementada com alguma atividade fora da pesca, o que dificulta a adequação ao perfil exigido pelo Pronaf.

No caso de João Carlos, o acesso ao programa ficou mais fácil porque ele mantinha todas as notas de despesas e recibos de vendas. “Quem cuida desses documentos é a Eneli, minha esposa. Ela organiza tudo. Eu só pesco”, brinca o pescador. Ele acrescentou ainda que ao iniciar a apresentação da proposta de financiamento achou complicado, mas com a orientação do IDR-Paraná tudo se resolveu e ele conseguiu comprar o barco. “E vou pagar o financiamento para continuar tendo crédito”, concluiu João Carlos.