A Secretaria de estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) promoveram uma reunião nesta segunda-feira (8) para debater a estruturação e a formação da Rede Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural. O encontro, que reuniu representantes de diversas entidades que prestam esse tipo de serviço no estado, começou com uma apresentação das propostas aprovadas na 3ª Conferência Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural (3ª Ceater), realizada nos dias 4 e 5 de novembro em Curitiba. Na ocasião, foram ouvidos 150 delegados indicados nas etapas municipais e regionais do Sistema de Agricultura do Estado do Paraná (Seagri), coordenado pela Seab e integrado pelo IDR-Paraná, Adapar e Ceasa. Esses extensionistas trouxeram para debate as principais reivindicações dos produtores rurais atendidos por eles em todo o Paraná. As sugestões visam definir aprimoramentos no serviço no estado do Paraná.

O diretor de extensão rural do IDR-Paraná, Paulo Eduardo Sipoli, apresentou um levantamento feito pelo Instituto da capacidade instalada de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) no Paraná em que se observou o excesso de cobertura em áreas mais desenvolvidas no setor agrícola, como a região oeste do estado, enquanto no litoral e no Vale do Ribeira há menos produtores que recebem assistência técnica, seja ela privada ou governamental. Para resolver essa questão, foi sugerido que as entidades elaborem mapas de sua atuação para que se possa evitar o “sombreamento”, que é quando o produtor recebe mais de um tipo de assistência, e se aumente a cobertura, estendendo a assistência a mais produtores.

A diretora-técnica da Seab, Terezinha Busanello Freire, comunicou que seria enviado um formulário às entidades convidadas para que elas manifestem o mais rapidamente possível o interesse em participar da rede de Ater. Em caso positivo, elas indicariam um ou mais representantes para integrar um grupo de trabalho que já a partir de janeiro de 2026 começaria a debater as possibilidades para as ações da rede de Ater. Em seguida foi apresentado um cronograma de trabalho com a ideia de lançar a rede em fevereiro, durante o Show Rural de Cascavel, ou no mais tardar, em março. Para finalizar, Terezinha Busanello Freire apresentou algumas sugestões de logomarca da Rede de Ater para apreciação dos participantes. Ela considerou a reunião muito produtiva. “Hoje demos mais um passo nessa consolidação dessa proposta e na sequência vamos ter um grupo de trabalho que vai se debruçar na questão burocrática da lei, para de fato fazer acontecer. Mas as entidades estão entendendo o propósito e o ambiente muito favorável, muito propício para a gente trabalhar aí com a questão da rede e poder levar assistência técnica pra todos os agricultores do Paraná”, disse.

O presidente da Fetaep, Alexandre Leal dos Santos, considerou a reunião extremamente positiva e se disse contente e motivado pela iniciativa da Seab e do IDR-Paraná, de criar a rede de Ater. “A Fetaep vai fazer parte dessa comissão que vai estar formando. E não tenho dúvida que nós vamos qualificar muito mais o trabalho para toda a agricultura familiar do estado do Paraná, porque a gente tem várias instituições com muitas iniciativas boas, mas cada um está fazendo o seu papel. E agora com a rede de Ater nós vamos conseguir fazer com que as instituições se identifiquem qual é o papel de cada uma e nós vamos chegar com muito mais qualidade ao nosso agricultor familiar do que nós estamos chegando hoje”. E completou “é um passo importante que o Paraná está dando nesse momento e principalmente saindo na frente dos demais 26 estados”.

Para Salatiel Turra, analista-técnico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, é muito importante ter essas conexões entre instituições ligadas ao agronegócio, principalmente no que tange aos interesses da agricultura familiar. Hoje, 42% dos cooperados da Ocepar têm até 10 hectares e 92% deles têm até 100 hectares, então, são caracterizados por pequenas propriedades rurais. “Toda e qualquer assistência técnica voltada para esse público, para esse pequeno produtor, seja essa assistência técnica privada ou pública, é bem importante. E o Paraná sai numa vantagem, comparado com outros estados, porque essa conexão entre setores públicos e privados faz com que o produtor ganhe cada vez mais”, afirmou.

“Olha, eu achei que foi um avanço considerável a ideia da criação da rede de Ater no Paraná. Me parece que foi bem aceita pelas instituições que estiveram aqui. E isso pode proporcionar ao Estado a liderança nesse processo no Brasil. Então, eu fiquei feliz, acho que as instituições gostaram e a gente coloca em prática uma coisa que a gente já devia ter feito, já gostaria de ter feito. Então, foi uma tarde muito proveitosa”, afirmou Natalino Avance de Souza, diretor-presidente do IDR-Paraná.

PRESENÇAS - Natalino Avance de Souza, Diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná); Terezinha Busanello Freire, Diretora-técnica da Seab; Paulo Eduardo Sipoli, Diretor de Extensão Rural do IDR-Paraná; Robson Mafioletti, Superintendente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar); Salatiel Turra, analista técnico da Ocepar; Weliton Perdomo, gerente de Competitividade Setorial do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR); Caren Santos, coordenadora de agronegócios do Sebrae-PR; Clair Massetti, diretor da Associação Paranaense das Empresas de Planejamento Agropecuário (APEPA); Sérgio Roberto Fiorese, vice-presidente da Cresol Horizonte; Renato Viana Gonçalves, da Assessoria Estadual Gestão de ATER do IDR-Paraná; Sérgio Augusto Guarienti, extensionista do IDR-Paraná; Solange Coelho, gerente estadual do IDR-Paraná; Rafael Meier de Matos, diretor-técnico da Seab; Adyr Antônio Fioreze, da Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia (AOPA) e Dulcileia Westphal, da Fetaep.