Vinte extensionistas do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) participaram, na última semana, de uma capacitação em treino-visita para a cultura do morango. A metodologia vem sendo aplicada, por técnicos do Instituto, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Os bons resultados levaram à iniciativa de aplicar a metodologia em outras regiões produtoras da fruta no estado. O treino-visita amplia o alcance do trabalho da assistência técnica, além de potencializar as ações implantadas nas propriedades.

O treinamento em Araucária foi a segunda etapa da formação realizada pelo IDR-Paraná neste ano. Os extensionistas receberam informações para orientar os produtores a respeito da ocorrência de pragas e doenças, nutrição das plantas, tratos culturais, transformação e pós-colheita. Profissionais das regiões Norte, Noroeste, Centro, Oeste e Sudoeste do estado participaram da capacitação. De acordo com João Reis, coordenador estadual de Olericultura do IDR-Paraná, os técnicos já estão aptos a implantar o treino-visita em suas regiões. Ele acrescentou que essa metodologia permite que uma atividade, realizada em um único dia, atinja um grande número de agricultores. “Isso acontece porque cada grupo reúne vários agricultores que apontam as dificuldades ou problemas que estão enfrentando no cultivo do morango. A reunião é feita em uma propriedade e o técnico discute quais as práticas que podem ser aplicadas para resolver aquela situação específica, permitindo a troca de informações entre produtores e técnicos”, afirmou.

ACOMPANHAMENTO- Desde o ano passado o treino-visita vem sendo aplicado pelos extensionistas do IDR-Paraná na RMC, no trabalho de assistência aos produtores de morango. “A metodologia tem aumentado a qualidade do trabalho de assistência técnica aos produtores da região”, ressaltou Reis. Ele informou que, em média, são grupos de 10 a 15 agricultores que participam de reuniões mensais, com exposições teóricas e práticas a respeito de algum tema. Reis explicou que na formação dos grupos, o extensionista faz um levantamento que mede o grau de conhecimento dos agricultores sobre diversos temas. Assim, são definidos os assuntos que precisam ser tratados prioritariamente. Além das reuniões mensais, o extensionista forma um grupo no WhatsApp para esclarecer dúvidas que surgem eventualmente entre os produtores. O técnico ainda faz visitas pontuais, para atender particularidades de cada produtor, se houver necessidade.

Luís Gustavo Lorga, extensionista de Fazenda Rio Grande, foi o extensionista responsável por estruturar o treino-visita como metodologia para a produção de morango e a colocá-lo em prática na RMC. Ele ressaltou que a iniciativa foi pensada para trazer um diferencial ao trabalho com os produtores. Lorga atua há anos como técnico em campo, quase que exclusivamente cuidando da cadeia do morango na RMC. “Nesse tempo de trabalho pude diagnosticar vários problemas da cadeia produtiva, principalmente pelo sistema importado de outras regiões produtoras e uma produção assoberbada de vendedores de produtos milagrosos”, afirmou. Segundo o extensionista, com base nessa experiência, ele desenvolveu o treino-visita que leva informação básica e fundamental para o produtor. “Assim, o agricultor pode entender noções das condições ambientais em que o morango se desenvolve, as estruturas necessárias para o cultivo em ambiente protegido (estufa), variedades, nutrição, doenças e pragas, desnutrição e intoxicação, logística, agroindustrialização, cooperativismo e associativismo. Ou seja, o produtor tem uma ideia completa de como planejar o seu plantio e a venda do seu produto”, destacou Lorga. Os encontros mensais dos treinos-visitas ocorrem sempre no período da tarde e têm duração de 2h30 a 3 horas.  “A dinâmica é treinar e fazer com que os produtores ponham a mão na massa”, destacou Lorga.

O processo de capacitação dos extensionistas do IDR-Paraná continua. A próxima etapa já está marcada para setembro, em Maringá. A produção orgânica de morango será o tema do encontro.