Receber visitas de estudantes faz parte da rotina da Estação de Pesquisa em Agroecologia do IDR-Paraná, em Pinhais. Os grupos que passam pelo espaço vão desde a educação infantil até o ensino técnico, médio e superior.

Enquanto os alunos mais velhos observam aspectos técnicos das atividades, os pequenos participam do projeto Agroecologia na Escola, que promove uma experiência imersiva e aproxima-os da produção agrícola e pecuária. A iniciativa é uma parceria do IDR-Paraná com a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O bolsista do projeto e estudante de Zootecnia, Arthur Ferraz, explica que os roteiros são planejados para percorrer setores como o meliponário, a vitrine de fruticultura, as vacas de leite, o bambu, o minhocário, o galinheiro e a área de bioinsumos, sempre com ênfase nos temas de maior interesse do grupo. “São experiências muito ricas. A maior parte dos alunos tem grande aproveitamento e demonstra conhecimento sobre algo que veem não apenas na fazenda, mas também em casa, em parentes ou outros lugares”, destacou.

Um dos visitantes foi o aluno Joaquim Benevides, de 8 anos, que voltou para a escola com o caderno cheio de anotações. A turma dele estava especialmente interessada na produção de leite e descobriu que o produto é orgânico, entregue também para a alimentação escolar. Durante a visita, o grupo conheceu outros espaços que aguçaram ainda mais a curiosidade das crianças.

“Eu aprendi o que dá para fazer com o bambu, o que é o adubo e que com o leite dá para fazer um adubo também. Anotei que um bezerro nasceu às 8h e o nome dos animais e das plantas”, contou Joaquim. Ele explicou que a visita vai contribuir para a mostra científica que será realizada em sua escola.

Para os educadores, o aprendizado lúdico diretamente no campo permite trabalhar conteúdos de diferentes disciplinas, como ciências, matemática, biologia, geografia e artes. A pedagoga Pamella Akeni Sato, que acompanhou os estudantes, destacou que a experiência reforça os aprendizados da sala de aula. “Queríamos conhecer melhor, na prática, o processo de industrialização do leite e acabamos vendo que tudo está ligado: o húmus depende da vaca, a polinização precisa das abelhas... um elemento se conecta ao outro e faz o ecossistema rodar”, explicou.

CONEXÕES PARA O FUTURO - O Agroecologia na Escola integra a iniciativa Casa da Agroecologia, que busca unir ensino, pesquisa e extensão, aproximando o trabalho desenvolvido na Estação de Pesquisa do público em geral.

O gerente do projeto, Moacir Roberto Darolt, destaca que a proposta incentiva atitudes que podem ser levadas para a vida toda das crianças. “Observando o funcionamento de nosso minhocário, por exemplo, os alunos percebem que é possível reproduzir e criar soluções para reciclagem de alimentos na sua própria casa ou na escola”, afirmou.

Segundo Darolt, a ideia é estimular o interesse em se tornarem futuros cientistas do meio rural, valorizando práticas sustentáveis como o cultivo orgânico, a importância das abelhas na polinização, o bem-estar dos animais e a reciclagem de resíduos. “Nas visitas, os alunos entendem o papel dos agricultores e da agroecologia na produção de alimentos saudáveis, inclusive dos que chegam à alimentação escolar. É uma vivência que pode despertar uma maior empatia entre a cidade e o campo”, completou.

Assim, cada visita não é apenas uma aula prática, mas também uma semente de transformação para um futuro mais sustentável, que fica marcada em trabalhos, desenhos e na memória dos estudantes.

Os grupos interessados em conhecer a Estação de Pesquisa em Agroecologia do IDR-Paraná podem entrar em contato pelo WhatsApp (41) 2112-0500 ou pelo e-mail agroecologia@idr.pr.gov.br, informando a quantidade de participantes, os objetivos da visita e demais informações relevantes.