O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater) participou da reunião bimestral, do Núcleo da Rede Ecovida Maurício Burmester do Amaral, a pedido da diretoria da AOPA (Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia) e da Coordenação do Núcleo. O encontro aconteceu na Estação de Pesquisa em Agroecologia, em Pinhais, e contou com a presença de representantes de 29 municípios da Região Metropolitana de Curitiba e do Litoral do Paraná, que fazem parte da Rede Ecovida de Agroecologia.

“O IDR-Paraná se mantém firme nos princípios da agroecologia e conjuga esforços, ciência e experiência em favor de uma agricultura que utiliza todos os recursos que a natureza nos oferece, em harmonia entre pessoas, trabalho e meio ambiente”, enfatizou o gerente de Agroecologia do IDR-Paraná, Renato Viana.

O objetivo da reunião foi dialogar com os agricultores e esclarecer dúvidas sobre as ações do IDR-Paraná relacionadas à agroecologia. As principais dúvidas foram trazidas pelo Coordenador do Núcleo, Gregory Augusto Cunha, que destacou algumas delas especialmente no que se refere às atividades da Estação de Pesquisa em Agroecologia, nome atual do antigo CPRA, e alteração do quadro funcional. O entendimento que difere uma certificação orgânica, das práticas agroecológicas também foi esclarecido.

O Diretor de Integração Institucional do IDR-Paraná Richard Golba confirmou o compromisso de manter a estação aberto para encontros e capacitações e para o uso das salas e da estrutura durante encontros e reuniões técnicas da Agroecologia. Também será providenciada a substituição da placa de identificação na fachada e no portão da entrada, dando destaque para a palavra Agroecologia. Com relação ao boato de que acontecerão testes com agrotóxicos no local, garantiu que essa hipótese não vai acontecer porque é descabida e maliciosa,. “A Estação de Pesquisa em Agroecologia é a referência para pesquisa e extensão e assim permanecerá, porque este é o desejo do público e o compromisso do IDR-Paraná, do Secretário Marcio Nunes e do Governador Ratinho Júnior”, afirma Richard.

Novas tecnologias e desafios - Durante o encontro, foram debatidos os principais desafios enfrentados na produção orgânica, especialmente nas áreas de olericultura, fruticultura e produção animal. A troca de experiências e o apoio técnico foram destacados como essenciais para o fortalecimento da agroecologia no estado.

“ O colegiado da diretoria do IDR-Paraná tomou medidas com o objetivo de fortalecer a pesquisa e a extensão em agroecologia, envolvendo pesquisadores e extensionistas com grande experiência no assunto. Com isso, vamos otimizar o trabalho na região, dinamizar as ações e estimular a agroecologia, que ainda conta com poucos profissionais especializados no estado”, enfatizou o diretor técnico da Seab, Richard Golba, destacando que o método mais efetivo de Assistência Técnica e Extensão Rural é a demonstração de resultados, por meio de Unidades Demonstrativas instaladas em propriedades rurais, e métodos grupais de difusão como reuniões práticas, dias de campo, treino e visita. Esse é o desempenho esperado dos extensionistas do IDR-Paraná.

O diretor Richard propôs um desafio. Se o Paraná tem 140 mil estabelecimentos rurais com menos de 10 há, com necessidade urgente de atividades e modelos que gerem renda com sustentabilidade e qualidade de vida, porque não instalar Unidades Demonstrativas de Agroecologia nas regiões do Paraná (50 UDs para começar). Inclusive na própria Estação de Pesquisa em Agroecologia pode ser instalada uma simulação de Unidade Produtiva em Agroecologia, com 5 a 10 hectares. Desta forma as lideranças do setor, os extensionistas, os  pesquisadores e os agricultores terão bem mais do que explicações teóricas, poderão sim ver na prática os métodos agroecológicos, aprender e implantar nas suas propriedades. A regra de ouro da extensão rural é: “palavras convencem, exemplos arrastam”.

Um dos experimentos em execução na estação de pesquisa de Pinhais é o que avalia a produção de batata orgânica. “Essa vai ser mais uma tecnologia que validada vamos poder transferir para os agricultores”, explicou o pesquisador do IDR-Paraná, Renato Yagi, responsável pelo experimento.

Na reunião, também foram destacadas políticas públicas estaduais que contribuem para o desenvolvimento do setor, como o Banco do Agricultor Paranaense, Coopera Paraná, Paraná Mais Orgânico, Programa Trator Solidário, Compra Direta Paraná e o Renova Paraná.

Parceria histórica - A parceria entre o IDR-Paraná e a AOPA é antiga. Fundada em 1995, a AOPA já contava com o apoio da assistência técnica do estado por meio da então Emater. Desde então, a colaboração se fortaleceu com visitas técnicas, capacitações e projetos.

“Estamos juntos há muitos anos e temos uma relação muito importante. A garantia de que a Estação de Pesquisa de Pinhais continuará trabalhando com orgânicos e desenvolvendo pesquisas voltadas para nós, agricultores e que os extensionistas, dentro do possível vão nos auxiliar, nos dá confiança para seguir em parceria”, afirmou a presidente da AOPA, Cezira Catenacci.

Atualmente, o IDR-Paraná e a AOPA mantêm um termo de cooperação que visa fomentar a inovação no campo e facilitar o acesso dos agricultores a certificação participativa e as práticas agroecológicas. Este documento está em prazo de revisão e melhoria na aplicação prática de seu termos. “A troca de informações é fundamental, por isso é importante o produtor, a extensão e a pesquisa estarem próximas um do outro”, declarou o coordenador do Polo Regional de Pesquisa de Curitiba, João Ari Gualberto Hill.